O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quarta-feira (5) com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, sobre o início de negociações para um acordo de cooperação em investimentos, durante uma conversa telefônica, informou o governo federal em comunicado.
“O presidente Lula destacou que muitos empresários brasileiros demonstraram interesse em retomar investimentos e comércio com a Venezuela. Lula lembrou que essa troca é especialmente importante para os estados de Roraima e Amazonas. Os dois presidentes discutiram o início das negociações para a conclusão de um Acordo de Cooperação em Investimentos, a simplificação de procedimentos e a revisão das condições da dívida bilateral”, acrescentou o Executivo brasileiro.
De acordo com o comunicado, Lula agradeceu à Venezuela pelo apoio à candidatura da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao cargo de presidente do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC) e expressou interesse em fortalecer a cooperação entre os dois países na proteção ao povo Yanomami, que vive na fronteira entre os dois países.
Os presidentes também abordaram as próximas eleições na Venezuela, com Lula reafirmando apoio aos acordos de Barbados, firmados entre o governo venezuelano e representantes da oposição. Além disso, o petista ressaltou a importância de uma ampla presença de observadores internacionais.
Por fim, Lula “expressou esperança de que as sanções em vigor contra a Venezuela possam ser removidas para ajudar o processo eleitoral a avançar em um ambiente de confiança e compreensão”.
Visita de delegação da Petrobras em março
Em um sinal do reaquecimento da parceria com o país, a Petrobras enviou uma delegação com especialistas de produção à Venezuela, após um convite de Maduro em março. O grupo brasileiro visitou campos de petróleo no lago Maracaibo. Maracaibo é uma região de produção fundamental para a Venezuela e uma oportunidade para o país ressuscitar o eixo de sua economia após anos de subinvestimento.
Muitos dos campos da Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) ficaram ociosos na última década em meio a sanções, má administração e colapso do que já foi uma das maiores economias da América Latina.
A Petrobras entrou na Venezuela durante a abertura do mercado de petróleo no início deste século, mas há anos não atua no país. A empresa está planejando aumentar os investimentos para se expandir no exterior.